Yorranna Oliveira

Achei a imagem aí de cima pesquisando no Google. E ela define perfeitamente um pouco do que eu sou e da proposta do blog: tem de tudo um pouco, e um pouco de quase tudo o que gosto. Aqui você vai encontrar sempre um papo sobre música, cinema, comunicação, literatura, jornalismo, meio ambiente, tecnologia e qualquer outra coisa capaz de me despertar algo e a vontade de compartilhar com vocês. Entrem e divirtam-se!

domingo, 8 de janeiro de 2012

Leitura de final de semana

Ao receber o livro "O Amigo Bené - fazedor de rumos", organizado pela professora de Literatura da UFPA, Lilia Silvestre Chaves, comecei a viver um outro tipo de relação com os livros(muito influenciada pela leitura de um livro em particular, do qual não falarei ainda aqui), a das obras lidas no final de semana. Nesses períodos de "descanso" estamos mais propensos a ler de forma despretensiosa, sem compromisso e sem estresse. Não precisamos escolher entre trabalho, leitura ou me diversão. Tenho feito os três, porque pra mim, eles acabam se completando. Ler é divertido (e já foi torturante quando eu odiava o material e insistia em ir até o fim).

"Bené" a partir deste final de semana faz parte dessa nova modalidade de leitura que inaugurei no meu cotidiano. Na leitura de final de semana dedico parte do meu tempo 'tempo livre' à ler livros mais "encorpados" no número de páginas, aqueles que a gente não pode transformar em leitura de ônibus, porque são grandes demais pra levar na bolsa e acabam pesando. As minhas costas sempre vão agradecer essa iniciativa.

E tem sido uma leitura gostosa, mesmo com uma ou outra derrapada na escolha, por exemplo, da forma de contar a passagem do filósofo e crítico literário por nosso tempo. Como ele viveu e produziu muito, a organizadora colocou em forma cronológica mesmo, desde o nascimento até morte dele. Em cada data, há notinhas sobre o que ocorreu de importante naquele momento. Ajuda a não se perder no desenrolar da existência de "Bené". Mas chateia e dá vontade de virar a página e partir para a próxima. O problema é que desperta curiosidade também. Você quer saber o que aconteceu naquele ele ou no outro, como foi isso ou aquilo. E Lilia Silvestre apresenta momentos particularmente belos para o leitor mais atento, quando ela resume a morte de Nunes em fevereiro de 2011:

"Em 27 de fevereiro, Benedito Nunes não resistiu às complicações advindas de uma úlcera. Suas cinzas foram depositadas no jardim de sua, e sobre elas plantou-se um filho de sua roseira favorita.

A primeira rosa, vermelha, floresceu dois dias depois."

Entende o que eu digo? A partir daí, o livro é todo costurado por cartas, poemas, lembranças e memórias escritas por amigos, alunos e pessoas próximas ao filósofo...Ainda não cheguei nessa parte e não tenho pressa alguma para terminar o título. Quero ler aos poucos, para escrever sobre. Por isso esse texto não é exatamente sobre o livro. É apenas uma forma de restabelecer contato com este espaço, um tanto abandonado pela rotina de trabalho e dedicação às prioridades da minha vida. Ler é uma delas. Não tenho data ou prazo para acabar "O Amigo Bené - fazedor de rumos". Tenho a impressão que esse é o tipo de leitura que precisa ser lida aos poucos, devagar, com carinho, que desabrocha a cada virada de página dos finais de semana e vai florescendo aos poucos, assim como as flores.