Yorranna Oliveira

Achei a imagem aí de cima pesquisando no Google. E ela define perfeitamente um pouco do que eu sou e da proposta do blog: tem de tudo um pouco, e um pouco de quase tudo o que gosto. Aqui você vai encontrar sempre um papo sobre música, cinema, comunicação, literatura, jornalismo, meio ambiente, tecnologia e qualquer outra coisa capaz de me despertar algo e a vontade de compartilhar com vocês. Entrem e divirtam-se!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ahhh, a coluna social....

Semana passada abro meu email e um entrevistado que quase não tive contato, nem me tornei amiga (isso acontece, muito raramente, mas acontece) me manda uma mensagem. Ele queria ajuda pra publicar uma foto ou nota na... coluna social. É meus caros, pasmem, há pessoas neste planeta que querem sair nessa parte tenebrosa do jornal. Eu ri por dois ou três motivos. Primeiro por me pedir, porque ele nem é meu amigo (qual é rapaz?), segundo por simplesmente pedir. Tem coisa mais brega? Quem sai na CS não pede, vamos combinar. E outra, tem mico maior?

Educadamente retornei e disse como ele deveria proceder. Mande um email pra tais locais, diga seu nome, idade, e de sua noiva (ele ia casar e nem me convidou), onde será o casório, hora, o que vocês fazem, essas coisas. Ele retornou e pediu outros emails e insistiu em saber se eu realmente não poderia dar uma ajudinha. Pode??????!!!!!

Respondi que não, porque odiava a CS, não lembro se disse achar o maior mico também. Enfim, o fato é: há gente desejando de forma insana fazer parte dos colunáveis.

E se você é um desses, o blog do Bêbado Gonzo oferece um manual para quem quer entrar neste mundo estranho e cheio de muitos flashes.

Cinco dicas para ser um colunável

Pensando no malogrado plano dos pobres leitores de se inserir em um grupo social de qualquer jeito, elaborei cinco boas dicas para você, além de ter uma tribo para adentrar, ficar famosinho e colocar culpa na impressão dos jornais por sua feiúra. Sim, meus amiguinhos, hoje vocês vão saber como chegar às colunas sociais, numa nice. Tudo muito simples e sem segredo.

Numa liga meio Loro da Doca, conversamos com 1.789 colunistas sociais de todo o Brasil para condensar estas preciosas dicas para você que busca destaque na sociedade, mas não faz porra nenhuma para tanto, não tem talento nenhum e muito menos uma bunda gostosa para ser apreciada e exposta em fotos mil por aí. Muita calma, nem tudo está perdido. Seu exibicionismo doentio, sua falta de noção e senso de ridículo não foram ignorados por nós da equipe do BG. Se aquele sujeito sem graça e aquela velha horrível emplacaram suas vidas desinteressantes nos principais jornais da sua cidade, por que você não pode? Você é filho de Deus tanto quanto o ícone-mor das socialities brasileiras, Narcisa Tamborim Débio Ai Que Loucura da Silva.

Vamos lá, fique atento porque isso pode lhe render muitas bocas livres no futuro e contato com a nata estragada da elite de onde quer que você more. Confere:

- Tenha um sobrenome pomposo

Sim, meu querido, quer dizer que você quer aparecer em coluna social tendo após seu prenome algo como Silva, Pereira, Araújo ou Almeida? A não ser que esses sobrenomes estejam agregados suas chances são mínimas. Se for um Silva da Silva, então, lascou. O alerta vermelho dos colunistas sociais vai apitar duas vezes, indicando que você é duplamente pobre. E como todo mundo sabe esses espaços em jornal não são para o poviléu, ora, ora. A dica aqui é a seguinte: procure um falsificador de documentos. A manobra é arriscada, mas no final o resultado é excelente. Agora não me vá errar na porra da escolha. Opte por sobrenomes judeus. Judeus são sempre ricos e suas denominações herdadas da família são sonoras e até engraçadas. Se você é partidário de Hitler e não gosta do povo judaico deveria estar preso por apologia ao nazismo, prefira então pronúncias francesas ou inglesas. Pega superbem, principalmente, em Belém, por remeter à Belle époque, época em que o povo vindo da Gália e os anglo-saxões andaram por aqui esbanjando e enganando os bestas. Em última hipótese, opte por pós-nomes portugueses. São comuns demais. Se for o caso, apodere-se daqueles que terminam com a ASSU, mas nada de Igarapé-ASSU, TomeASSU, CurubuASSU. Quanto ao nome é muito simples, se for escroto, encurte-o. Raimundos virarão Raís (nada de Ray, o Y é over faz tempo); Renildes tornar-se-ão Rês; Marias Josés serão Zezés; Beneditas receberão a alcunha de Bê; os Cremilson, Jarclaytons e até Andersons adotarão somente o sobrenome, porque esse negócio de sufixo ON é coisa de quem nasceu na Pedreira.

- Promova uma festa

Com o nome bonito agora é hora de receber bem as pessoas. Sim, claro, você tem que criar um fato para chamar atenção dos colunistas, ora. Então, desembolse aquela sua poupança, guardada há anos para comprar um carrinho usado e capriche no rega-bofe. Tem que ser tudo de primeira. Não vá oferecer esse negócio de risole de frango, pastelzinho de picadinho, que não cola. Lembra do Caco Antibes falando do cajuzinho? Pois então. No way. A estratégia é a seguinte: muito canapé. Manda fazer um porrilhão desses acepipes com nome escroto pros convidados se empanturrarem antes do jantar principal. Festa de rico é bom, porque você pode oferecer uma refeição mixuruca com uma porção mínima e dizer que está servindo à francesa. É Trés Chicque! Vão sair reclamando, mas sempre vai ter aquela perua dizendo que você é sofisticado. Quanto ao motivo para celebrar, não precisa de um específico. Qualquer coisa pode dizer que é um jantar, um chá, um encontro beneficente. Rico adora dar uma de bonzinho pra amenizar sua culpa por viver cercado de gente miserável. Agora se você tem uma efeméride aproveite: se for casar, seja bem velho e case com uma gostosa com um terço de sua idade; ou ainda faça o aniversário da sua filha de 15 anos, ressuscitando aquela tradição odiosa de apresentação à sociedade. Mas, se estiver sem criatividade faz a festa de aniversário do cachorro. Dona Vera Loyola criou essa tendência até hoje muito copiada.

- Seja um inútil

Perceba. Se você é um cientista renomado, um empresário extremamente bem sucedido, um médico reconhecidamente bom no que faz, um advogado vitorioso você tem seu destaque naturalmente no seu meio profissional e social e mesmo na imprensa, servindo como fonte para jornais, revistas e sites. Pra que você vai querer espaço em coluna social? Pra nada, ora. Por isso, quem faz alguma coisa relevante não está lá. Portanto, camarada, abandone tudo e pratique a arte da inutilidade. Seja um merda n’água. Não tenha nada a oferecer a ninguém. Fuja de qualquer função ou atitude relevante. Isto não combina com personagens de coluna social. Preocupe-se com suas roupas, com sua aparência, com suas jóias. Já está de bom tamanho. Faça a manutenção desses itens, comprando novas e caras peças e faça plásticas. Faça muitas plásticas a ponto de sua cara ficar parecida com a do Boris Karloff. Se alguém perguntar sua profissão diga que vive da bondade de se pai ou use uma frase de efeito como “Não tenho tempo pra trabalhar. A felicidade me consome o tempo todo” ou ainda “Trabalho dignifica o homem só quando ele não tem uma conta no banco gorda como a minha”. Finja que é um bon vivant. Caso não seja um aparente ser imitando a postura de um nababo ou um marajá. Não sabe o que é isso? Eu disse pra ser um inútil, não um burro. Corre para o dicionário.

- Treine o sorriso

Colunas sociais são espaços de pessoas felizes. Não existe em hipótese alguma uma foto de coluna social sem sorriso. Tem os casos das meninas periguetes que fazem 15 anos ou daquela coroa enxuta comível que fazem cara de quem está segurando peido para parecer sexy. Mas, isso ai é exceção. Colunista que é colunista gosta de gente contente. Dentão amostra para esbanjar satisfação pessoal e acúmulo de riqueza. Coloque a tristeza de lado. Sua mulher lhe deu um pé na bunda, a grana está curta, sua mãe morreu, seu pai se matou, perdeu o emprego, seu filho fugiu para morar com o borracheiro, sua filha quer virar jornalista? Que isso, rapaz. Levanta essa cabeça. Nada disso importa, no final das contas. A vida é bonita e temos mais é que aproveitar. Então, liga pra aquele seu amigo bacana que virou dentista manda dar uma guaribada na prótese dentária, faz um enxágüe de flúor e está tudo certo. Vai ficar lindo essa bocarra arreganhada no jornal. Isto aqui vale principalmente para aqueles que querem sair na coluna social sendo apenas arroz de festa. Um bom conjunto de dentes, às vezes, vale mais do que a amizade com aquele colunista badalado.

- Torne-se alguma coisa “do ano”

É, é um meio simples de aparecer na seção de trivialidades jornalísticas. Homem do ano, mulher do ano, empresário do ano, corretor do ano, advogado do ano, médico do ano, arquiteto do ano, fura-dedo do ano, vendedor de ‘compreto’ do ano, proxeneta do ano. Pode ser qualquer coisa. Se for do ano, está valendo. É meio caminho andado para figurar bonito nas colunas sociais. E aqui a receita é simples demais: deixa de ser mão-de-vaca e desembolsa uma graninha para pagar uns outdoor e colocar em pontos estratégicos da cidade. Não tem dinheiro? Faz um empréstimo no Fininvest, rouba a aposentadoria da sua avó, vende o corpo, mas arruma ai, porra. O problema é todo seu, mas arruma. Munido do dinheiro, você vai tirar a foto mais ridícula que puder. Se for homem, penteie o cabelo de modo que pareça o Silvio Santos e vista um terno escuro com uma gravata berrante. Caso você seja uma mulher, use uma blusa extravagante qualquer e exagera muito na maquiagem. Os dois devem forçar bem o sorriso, tentando tocar as orelhas com as extremidades da boca. Feito a fotografia chame um sobrinho que está aprendendo a mexer no fotoxopis e peça a ele pra fazer a arte que será publicada. ‘Fulano de Tal – Tal coisa do ano pela entidade tal’. Devem constar esses dizeres. Quanto à entidade, ela será fictícia. Invente também o nome. Sei lá, pode ser a Associação Brasileira de Ex-mulheres do Fábio Júnior ou ainda Federação Internacional dos Jogadores de Petecas Bolivianas (aquelas coloridas, lembram?). Feito tudo isso, espalhe nos outdoor. Não vai demorar muito, você vai estar aparecendo nas colunas mais escrotas de sua cidade. É batata.

Um comentário:

Anônimo disse...

olá bezerro de ouro do incauto.
Nossa, vc deveria ter escolhido um curso de empreendedorismo ou atendimento de telemarketing ao invés do diplomatico jornalismo.
Seu perfil é de um ruminante.
Como pode dizer que colunáveis devem ser absolutamente inúteis? Isso lá é vc, que não tem grana, nem é nascida em berço de ouro.
Alto lá fedelha!
O que pensa que é? Limpe a bunda com seu curso e de licença para os humanos com bons sentimentos e propósitos elevados levarem a vida adiante.
Estúpida.