Yorranna Oliveira

Achei a imagem aí de cima pesquisando no Google. E ela define perfeitamente um pouco do que eu sou e da proposta do blog: tem de tudo um pouco, e um pouco de quase tudo o que gosto. Aqui você vai encontrar sempre um papo sobre música, cinema, comunicação, literatura, jornalismo, meio ambiente, tecnologia e qualquer outra coisa capaz de me despertar algo e a vontade de compartilhar com vocês. Entrem e divirtam-se!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Aprendizado (Ferreira Gullar)

Do mesmo modo
que da alegria
foste ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que alimenta.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Vale comprar um aparelho HDTV?

(Matéria publicada na revista Troppo, de O Liberal em 22/02/09)
Em 1998, um novo conceito tecnológico invadiu o mercado: a alta de definição dos aparelhos de TV, ou simplesmente, HDTV. As vantagens da tecnologia, como imagem e som de qualidade superior a das televisões analógicas, empolgaram os consumidores mais exigentes.

Além das características visuais e sonoras, a tecnologia HDTV agregava outras maravilhas da realidade digital. Através do sinal emitido pelas emissoras televisivas, seria possível receber informações junto com a programação, como saber as últimas notícias, o resumo do jogo de futebol, as novidades das novelas, fora o acesso à internet, rádio e outros serviços.

Interatividade e qualidade ao alcance das mãos era a frase da vez. No entanto, os equívocos vieram logo em seguida. Quando o consumidor comprava sua TV nova, as 'promessas' sobre o aparelho não se concretizaram. A imagem não era tão boa e as demais facilidades caíram por terra. Essa tecnologia surgiu nos Estados Unidos e se espalhou para outros países. Como o país (e os demais, por tabela) estava mudando para HDTV, imaginava-se que bastaria trocar a velha televisão por uma nova para dispor das vantagens do novo sistema. Mas as coisas não funcionam dessa maneira.

A HDTV é um padrão de sinal de emissão do conteúdo das emissoras televisivas e representa apenas uma parte da transição para a TV digital. Existem três tipos padrões disponíveis no mercado: o americano, o europeu e o japonês. Todos apresentam vantagens e desvantagens. Cada país e emissora escolhe o formato que pretende adotar. O Brasil optou pelo japonês, onde é possível acessar o conteúdo por meio de celulares com o mesmo padrão de acesso dos aparelhos de TV. Para se aproveitar as vantagens da HDTV, a emissora deve enviar o sinal de alta definição. O consumidor, por outro lado, precisa ter os equipamentos certos para recebê-los.

Os primeiros testes para transmissão de sinal em alta definição no Brasil ocorreram em janeiro de 2007, em São Paulo. A transmissão oficial foi realizada, em dezembro daquele mesmo ano. O produtor de vídeos publicitários, Ronaldo Salame, há 22 anos na área televisiva, tem acompanhado o desenvolvimento dessa ferramenta da era digital. Ele explica com detalhes os encontros e desencontros do tema. "As emissoras de televisão terão que manter o sinal digital por, pelo menos mais oito anos, por determinação do governo. Portanto ainda tem bastante tempo para decidir qual aparelho comprar e quando comprar. Mas caso você queira assistir a programação em HDTV e ainda quiser comprar a televisão HDTV, poderá comprar um conversor de sinal e assistir na sua televisão antiga mesmo".

Segundo Ronaldo, apesar da desvantagem financeira do produto – uma HDTV ainda custa caro, no mínimo R$ 2.000 -, o mercado de TV's em alta definição tem crescido ao longo dos últimos anos. "Quando chegaram ao Brasil, as TV's de alta definição custavam até R$ 40.000,00 e a qualidade delas era bastante inferior ao que temos disponível hoje. Os aparelhos disponíveis no mercado, hoje, variam de dez a setenta e uma polegadas. As mais vendidas são as de quarenta e duas polegadas, que já podem ser encontradas até por R$ 2.300,00", afirma.

O futuro ainda reserva promessas para o empresariado paraense. Este ano, a TV Liberal pretende lançar sua transmissão em sinal digital, fato que representará aumento das vendas no setor. "Alguns acreditam que existirá uma espécie de 'casamento' entre a HDTV e a internet, dando à HDTV os recursos que temos hoje nos computadores", diz Salame.

Para Ronaldo, se o consumidor tem dúvidas em trocar ou não o antigo aparelho analógico, ele acredita valer a pena adotar o novo padrão. "Valerá trocar, assim que começarem as transmissões em HDTV. Como o padrão de geração de sinal é inferior ao que o aparelho HDTV exibe, para muitos a imagem transmitida hoje, fica pior quando exibida em um aparelho HDTV. Por enquanto, só vale a pena se você tiver um vídeo-game de última geração que use o padrão HDTV para exibir os jogos ou um tocador de filmes blu-ray, uma tecnologia que está substituindo os aparelhos de DVD", explica.

Sem Pressa

Por Patrícia Baia

A todo o momento somos bombardeados por informações impostas pela mídia. Elas dizem, mesmo que de forma sutil, que as mulheres tem que ser eternamente jovens e de preferência com o corpo igual ao da Juliana Paes, que temos que ter o melhor celular a cada seis meses, que temos que freqüentar as melhores baladas para podermos sair nas fotos das colunas sociais e sites afins, que temos que estar namorando e por aí vai. Tem uma lista infinita de coisas que se formos levar em consideração, vamos pirar.

A vida real é bem diferente. Não dá para trocar o celular de seis em seis meses, não dá para ter um corpo como os das atrizes da globo e muito menos o namorado dos sonhos. Esse item parece ser o mais difícil.

Quando encontro com pessoas que não falo a muito tempo, até mesmo no msn, a primeira pergunta que me fazem é se estou namorando.

Há poucas horas isso se repetiu novamente. "Encontrei " um amigo no msn que não teclava e não o via há muito tempo. A segunda pergunta, logo após o oi tudo bem, foi você está namorando?Eu respondi não e na seqüência ele perguntou: mas como uma mulher pode estar solteira e ser bonitata ?Eu respondi que não havia nenhuma regra ou decreto lei que obrigasse a pessoa a namorar para ser feliz ou se sentir realizada.

Isso me incomoda muito e na minha opinião a mídia tem grande parcela de culpa nisso. Na publicidade lá está a mensagem de pessoas enamoradas, famílias perfeitinhas (na maioria jovens, comercial de margarina para as pessoas entre 25 e 3s5).

Mas na vida real não é assim. Nem todos querem saber de compromisso. No meu caso, estou me sentindo muito bem só. Até tem uma pessoa que gostaria muito de ocupar o posto de meu namorado!!!!!Mas não rolou, não rola e nem vai rolar. Acho que a culpa é da mídia que diz que os caras tem que ser deuses perfeitos, com no mínimo uma pós-graduação e bem resolvidos economicamente. Acho que me deixei levar por essa informação!!!!! Será??? Não, acho que não. Já entrei numa de ser seletiva e isso não tem haver com mensagens da mídia (ou tem?).

O pior foi que encontrei algum tempo depois uma pessoa que estava bem dentro desse perfil (do comercial de margarina, do celular e até mesmo dos filmes e novelas), mas ele não gostou de mim. No início achei que ia rolar, mas não rolou. Eu perdi a paciência com ele. Não é do meu perfil ficar bajulando, paquerando.....sou direta e com pressa de amar. Queria muito ter dado meu amor a ele, mas.....fazer o que??? No meu caso, nada.

Sou assim com pressa de ser, fazer e acontecer. Acho que estou me deixando levar pelas mensagens da mídia. Não lembro de ter nada atualmente na publicidade brasileira que diga o contrário, como por exemplo, que é legal ser solteiro, que é legal não ter tanto sucesso profissional e que é legal não ter um celular com mp3 e cartão de memória. E ainda , que não só as mulheres siliconadas com corpão da Juliana Paes são bonitas.


Por um instante queria sentir o gostinho de ter o corpão da Juliana, sair para uma balada da moda com o namorado lindo e rico e no caminho, antes de chegar na tal balada, ligar para minhas amigas usando o celular com mp3, bluetooth, câmera, tv e cartão de memória. Será que eu seria a pessoa mais feliz da face da terra, mais linda , mas amada e resolvida profissionalmente ????

Mas isso está muito, muito distante da realidade. Não tenho namorado, não tenho o melhor emprego do mundo, meu corpo não é lindo (mas também não é feio, afinal fui bailarina) e meu celular tem apenas rádio, câmera e bluetooth e é pré-pago e faz tanto tempo que não saio de casa para uma balada!!!!!

Mas paro e me vejo com pressa de amar, de ter sucesso profissional, de ter o celular mais moderno.É a merda da mídia que está em deixando louca!!!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Às vezes me rendo a pieguice......

Há certas horas que só queremos a mão no ombro,
o abraço apertado
ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...
Alguém que ria de nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça sem fim...

E que apesar de todas essas mentiras úteis,
Mas seja de uma sinceridade
inquestionável...
Que nos mande calar a boca
ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado, mas estou do seu lado...

(William Shakespeare)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Alento

Quando nada mais houver,
eu me erguerei cantando,
saudando a vida
com meu corpo de cavalo jovem.
E numa louca corrida
entregarei meu ser ao ser do Tempo
e a minha voz à doce voz do vento.
Despojado do que já não há
solto no vazio do que ainda não veio,
minha boca cantará
cantos de alívio pelo que se foi,
cantos de espera pelo que há de vir.

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Começa hoje consulta pública sobre Plano Xingu

Por Paulo Jordão
Agência Pará

A etapa de consultas públicas que dá continuidade ao Plano de Desenvolvimento Sustentável (PDRS) do Xingu vai ser realizada nos próximos dias 16 (segunda), 18 (quarta) e 20 (sexta-feira) de fevereiro, em Altamira, Senador José Porfírio e Uruará, abrangendo, respectivamente, os municípios de Brasil Novo, Anapu, Pacajá, Porto de Moz, Vitória do Xingu, Placas e Medicilândia.

O objetivo é elaborar o plano em articulação com a sociedade civil e os governos municipais, bem como acompanhar a implementação das suas ações. As populações destes municípios da Região de Integração Xingu foram convocadas a participar para debater os problemas enfrentados e apresentar sugestões que atendam aos anseios das comunidades.

Em Altamira, dia 16, a consulta será no Centro de Convenções, na Rua Acesso II, bairro Premem. Em Senador José Porfírio, dia 18, na Escola Jorge Queiroz, na Rua Henriquer Dias, bairro Linhares e em Uruará, no Centro Educacional de Uruará, na Avenida Vale do Xingu, no Centro.

Iniciativa do governo estadual em parceria com o governo federal, o PDRS Xingu é coordenado por um grupo de trabalho intergovernamental (GTI), através da Secretaria de Estado de Integração Regional (Seir).

Desenvolvimento sustentável - Uma das regiões com maior abrangência territorial do Estado, o Xingu, vai receber o plano para promover o desenvolvimento sustentável da região e em conseqüência elevar a qualidade de vida, através de decisões democráticas com a participação popular e voltada para o território. O PDRS Xingu é desenvolvido pelo governo do Pará em parceria com o Núcleo de Altos Estudos da Amazônia da UFPA – NAEA/UFPA.

Geograficamente, a região do Xingu envolve dez municípios, que somam cerca de 250 mil km², ou seja, 20% do território do Pará, e entre eles está Altamira, maior município do mundo em extensão territorial. Diante da grandeza, é inevitável que os problemas de descentralização ocorram, principalmente devido à forma de ocupação e desenvolvimento estabelecida, como as grandes extrações de látex, no século XIX, e a descontrolada invasão promovida pelos militares para desenvolver a região, a partir de 64, que trouxeram progresso, mas acompanhado de grandes mazelas sociais.

O PDRS Xingu vai operar justamente nessas áreas onde há deficiência de estruturas capazes de auxiliar o planejamento, a execução e a manutenção de obras de infraestrutura nos setores de energia, transportes, comunicações, saneamento e armazenamento. A expansão dos benefícios, a redução de problemas e a parceria com empresas privadas locais para a redução dos custos também está entre os objetivos.

Todas as atividades econômicas da região representam fontes de emprego e renda, por isso, o plano vai buscar na base das atividades o incentivo que falta. Além de estruturar e fortalecer as bases econômicas locais é necessário valorizar o conhecimento das populações tradicionais – muitas trabalham em produção familiar ou comunitária - que podem ajudar na manipulação dos recursos naturais disponíveis e promover o seu uso sustentável.

Projetos
A região do Xingu, assim como grande parte das áreas distantes da capital carece de projetos habitacionais, visto que não só no Xingu, mas em todas as 12 regiões de integração, há necessidade de elaboração de um plano social de habitação de interesse social para todos os municípios. A Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades têm feito parceria com alguns municípios para a construção de casas populares, mas o déficit habitacional ainda existe. Nesse sentido, cabe também ao governo federal articular com o Estado e município.

A quantidade de ações organizadas para a execução do plano compreende uma grande quantidade de benefícios, o que pode elevar os custos ou até mesmo o período de realização, mas faz-se necessário estabelecer que todo PDRS está sendo elaborado a partir da reunião de todas as necessidades da região, levantadas através de estudo técnicos feitos com base inclusive em dados do IBGE.

Os dados levantados servem para mostrar a ausência do Estado durante anos de governos omissos, não preocupados em desenvolver políticas públicas ao alcance de todas as regiões do Pará.

Cerca de 300 mil pessoas vivem nos 12 municípios que fazem parte da região do Xingu. O plano, para beneficiar toda a população local, desenvolveu ações que variam entre transporte, comunicação e informação, energia, armazenamento, saúde, educação, assistência social, habitação, saneamento básico, segurança pública, regularização fundiária, reforma agrária, entre outros. Daí a importância da sua execução e a participação da comunidade em prol da melhoria da qualidade de vida.

A participação da população é muito importante nesta etapa de construção do PDRS Xingu, uma vez que o plano se torna um instrumento de planejamento das ações do Governo do Estado do Pará, consciente do seu dever com a região.

Ex-funcionário da ECT é condenado por desvio de dinheiro

O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou Normando Gonçalves das Neves, ex-chefe encarregado de caixa da agência da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em Tomé-Açu (PA), ao pagamento de R$ 81.684,18, valor atualizado. O TCU constatou desvio de dinheiro no caixa da agência e posterior alteração contábil de saldos e valores da arrecadação diária sob a alegação de erros no sistema.

Neves terá que pagar multa de R$ 5 mil. Ele tem 15 dias para comprovar o pagamento dos valores aos cofres da ECT e do Tesouro Nacional. A cobrança judicial foi autorizada, mas cabe recurso da decisão. Cópia da documentação foi enviada à Procuradoria da República no Pará para as medidas cabíveis. O ministro Raimundo Carreiro foi o relator do processo.

Fonte: Ascom TCU

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Masoquismo na Suíça

Agora, a brasileira Paula Oliveira, atacada por neonazistas na Suíça, não estava grávida no momento do crime e ,ainda por cima, causou os ferimentos que estão espalhados por seu corpo. Pelo menos essa é a versão da polícia sueca sobre o caso de xenofobia na Europa.

Parece que além de sádicos, os europeus acham que o Brasil exporta masoquistas(pessoas capazes de sentir prazer no sofrimento)para os países ricos. Grande piada da pseudo-sociedade humanizada!!!!

Lá na rua General Gurjão tem filme do Zé do Caixão

O projeto "Cinema na Rua" exibe hoje, às 20h, na rua General Gurjão, o filme "A Maldição - Zé do Caixão em comunhão com a Escola do Porto, sob às bençãos de São Francisco de Assis". Lançado em 2000, o longa conta mais uma das peripécias do diretor brasileiro no universo trash. Tudo regado a muito humor negro. Para uma sexta-feira 13, A Maldição entra no circuito como boa pedida.

Quem quiser conferir é só passar no número 273, na dita rua. Além do filme, o projeto integra uma instalção fotográfica do artista Arthur Leandro. Informações 3222-7443.

Obs.: Gente, a General Gurjão fica lá pertinho da Riachuelo, hehehehehe.

Para saber mais sobre a filmografia de Zé do Caixão acesso o link: http://www2.uol.com.br/zedocaixao/

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Agradecimentos do músico Vicente Fonseca

Olá, Yorranna:

Reproduzo mensagem que te enviei por e-mail.

Agradeço a publicação de minha entrevista, no jornal O Liberal, edição do último domingo (8), na Revista Troppo, sob o título A essência musical de um compositor apaixonado.

A matéria emocionou parentes e amigos.

Recebi muitas manifestações, pessoalmente, por telefone e por e-mail.

Destaco as mensagens encaminhadas por uma amiga de infância e vizinha, em Santarém, Rosinei Vasconcelos (Nei), que assim se pronunciou:

Caro amigo Vicente,
Adorei a reportagem. Parabéns! Nem precisa dizer que nos sentimos orgulhosos de fazer parte de um convívio muito próximo de vocês, de frequentar quase que diariamente aquela casa alegre, cheia de música e poesia. Que saudade daquele piano ecoando por todo o quarteirão da Floriano Peixoto, atravessando a Francisco Correa e chegando até nós, as mais belas melodias que até hoje conheci! E sabíamos distinguir quando estava sendo tocado pelo Sr. Isoca ou qualquer um de vocês. São lembranças doces, ternas que estão gravadas em um lugar privilegiado de nossos corações.
Nós, teus amigos (quase irmãos) Nazaré, Nei e Djalma, nos sentimos honrados e com certeza, toda a família santarena.
Te agradeço por representar tão bem "o torrão em que nasci"!
Um grande abraço fraterno pra ti, Neide, Vicentinho e familia, Adriano e Lorena.
Da amiga de sempre,
Rosinei (Nei)

(...)

Em resposta à mensagem da Rosinei, enviei-lhe o seguinte e-mail, com cópia para parentes e amigos:

Prezada amiga Nei,

Agradeço a tua carinhosa e fraternal mensagem.
O teu emocionante depoimento ficará guardado não apenas nos arquivos virtuais, mas no fundo do nosso coração.
Vocês (tu, Nazaré e Djalma, nossos queridos vizinhos em Santarém) são testemunhas oculares e visuais da vida da família Fonseca, na terra querida, que nossos pais construíram, como diz tua mensagem, numa "casa alegre, cheia de música e poesia".
Parece um filme. Mas é pura realidade!
Realmente, é inevitável concordar com as tuas palavras: "que saudade daquele piano ecoando por todo o quarteirão da Floriano Peixoto, atravessando a Francisco Corrêa e chegando até nós, as mais belas melodias que até hoje conheci!"
De fato, o toque do papai, ao piano, era inconfundível. Ele tinha um "touchê" muito peculiar. Modesto, o "velho" se dizia simples "pianeiro" (porque não estudou em escola oficial, conservatório), mas era um excelente pianista. Humilde, ele se considerava um mero "poeta bissexto", porém produziu poemas belíssimos para suas músicas maravilhosas!
Devemos agradecer a Deus pelo privilégio de conhecer, tão de perto, o gênio que foi Wilson Fonseca, cuja memória procuro preservar, como uma autêntica missão de vida.
Enfim, "Nunca vi praias tão belas/Prateadas como aquelas/Do torrão em que nasci...".
Obrigado. Muito obrigado.
Abraços,
Vicente.
P.S.: estou enviando cópia desta mensagem para o Celson Gomes, que está elaborando, em Porto Alegre (RS), um trabalho de pós-graduação, no curso de doutorado, sobre as atividades musicais da família Fonseca. E também para outros parentes e amigos.

(...)

E de minha irmã Maria das Dores (Dorita), com quem atualmente reside minha querida mãezinha (Rosilda, quase 91 anos), em Florianópolis (SC), recebi esta comovida mensagem, que revela o quanto a entrevista realmente "mexeu" com o coração de amigos e parentes:

A linguagem que meu coração usou para mandar esta mensagem, foi de "Pura Emoção " !
E, sem autorização, meu pensamento voltou a mostrar aquele tempo em que :..éramos felizes e não sabíamos".... Li e reli tua fantástica mensagem !
Agora, no momento, a recordação tenta fugir para aparecer o "novo" e não consegue, porque a saudade toma conta de mim....e, as lágrimas vêm rolando.., sem pressa e nem piedade.., e, meu coração se agita, pulsa e dá um salto bem apertado no meio do peito. A tranquilidade e os minutos parecem intermináveis, dando sinal de exclamação e interrogação no final deste sentimento.....A maravilhosa sensação que estou sentindo me faz ter tempo de enviar isto tudo num silêncio que nos remete à saudade de nós mesmos.
De tudo,
por tudo,
já bastaria o fato,
de fato,
de teres me acompanhado nesta mensagem, que mais foi um desabafo acanhado, de um coração transbordante de alegrias...
"A vida não pode ser a festa que esperávamos, mas enquanto estamos aqui, devemos dançar..... Porque a vida é uma dança na corda oscilante do inesperado."
OBRIGADO SENHOR, PELO DIA DE HOJE, PELA FAMÍLIA QUE ME DESTE, MEU TRABALHO, MINHAS ALEGRIAS E TRISTEZAS, MEUS AMIGOS, E SOBRETUDO PELA TUA PRESENÇA EM MINHA VIDA "!
Beijão da mana que te admira e te quer bem
Dorita/

(...)

Até a Central de Notícias, no Portal do TRT-8ª Região, fez referência à publicação da matéria, em sua edição de 2ª feira (9).

Veja:

09/02/09, 13h15 - Des. Vicente Malheiros da Fonseca e a música, na Revista Troppo (jornal "O Liberal"):

Notícias
Com o título “A essência musical de um compositor apaixonado”, a Revista TROPPO do jornal "O Liberal" do último domingo (8), levou aos leitores a trajetória artística do desembargador Vicente Malheiros da Fonseca, mocorongo (nascido em Santarém-PA), oriundo de família de grandes talentos musicais, a começar pelo avô José Agostinho da Fonseca (1886-1945) e pelo pai, o inesquecível maestro Isoca (Wilson Fonseca, 1912-2002).
Leia a entrevista no Jornal “O Liberal” – Revista Troppo (p. 28/29) – edição de 08.02.2009 (Belém-PA):
http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?modulo=439&codigo=398604

Fonte: http://cn.trt8.jus.br/index.php/des-vicente-malheiros-da-fonseca-e-a-musica-na-revista-troppo-jornal-qo-liberalq-/13-noticiasdahora/1430-entrevistatroppo

(...)

Enfim, para completar a felicidade do último fim de semana, houve uma coincidência extraordinária.

A edição do jornal "O Liberal", com a Revista Troppo, saiu no sábado à tarde, como é praxe.

Naquela data (7 de fevereiro), era comemorada a festa de aniversário de meu netinho (Vicente Fonseca Neto), filho de meu primogênito (Vicente Fonseca Filho), data em que eu e minha esposa Neide fazíamos 33 anos de casados.

A matéria, na Revista Troppo, então, foi um grande presente para a nossa família.

Na festa do aniversário, tocamos a "Valsinha em Fá" (que compus antes do Vicente Neto nascer) e também o "Samba do Arco-Íris", que compus em homenagem aos dois anos do Neto [Pela tradição da família Fonseca, costumamos homenagear os entes queridos com música. Para minha filha caçula compus várias músicas, inclusive a sua valsa de 15 anos, tocada na ocasião...].

Embora eu não seja cantor (sou compositor e pianista), acabei me entusiasmando e cantei (veja só!) aquele sambinha, acompanhado, por meus filhos Adriano, ao cavaquinho, e o Vicente Filho, no pandeiro, com a participação do palhaço "Tio Cebolinha", no tamborim, além do coro de convidados. No play-back eletrônico, a gravação do sambinha, no piano (gravação em formato "mp3", que contou o auxílio técnico de meu irmão Agostinho Neto - maestro Tinho -, que mora em Santarém e de lá mesmo ajudou também).

E houve bis.

Na repetição da música, os convidados cantaram, com muita vibração, o sambinha, cuja letra foi distribuída, previamente, em todas mesas.

Enfim, parece que o sambinha pegou.

O aniversariante ficou encantado e todos muito satisfeitos.

Num mundo de tanta violência, valeu a pena festejar a vida.

Deus seja louvado!

O nome "Samba do Arco-Íris" foi inspirado no fato do Vicente Neto já conhecer, além dos números de 1 a 9, das letras vogais e das principais formas geométricas, as principais cores. Assim nasceu o

SAMBA DO ARCO-ÍRIS [1]
(samba)
Música e letra: Vicente Fonseca (Belém-PA, 08.09.1986; e 31.01.2009)

No meu tempo de criança
Tudo era brincadeira
Nem sabia o que era tempo
Mas vivia na carreira.

O meu dia era mais longo
Bela noite de luar
No piano lá de casa
Eu tocava sem parar.

Melodias que surgiam
Como estrelas pelo céu
Onde a lua passeava
Inspirando o menestrel.

E a criança continua
No piano aqui comigo
A canção que agora canto
Neste samba tão amigo.

No teclado preto e branco
Vou levando por aí
Meu sambinha colorido
Dó, ré, mi, fá sol, lá si.

Com as cores do arco-íris
Vou pintar esta cantiga
Pelas ruas da cidade
No retorno à moda antiga.

(Meu sambinha...)

Lá-iá-lá-iá-lá-iá-lá etc...


________________________________________

(...)

Muito obrigado.

Solicito que transmita a toda a equipe da Revista Troppo os meus agradecimentos e elogios pela publicação da matéria.

Deus sempre lhe proteja!

Abraços,

Vicente Malheiros da Fonseca
vjmf@terra.com.br
http://www.trt8.gov.br/juiz/juizes_togados.asp

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A essência musical de um compositor apaixonado

Vicente Fonseca nem tinha 10 anos completos, quando em 1958 fez sua primeira canção, a valsa Experimentar. Dedicada ao tio Wilmar, a música integra um acervo com mais de 800 composições, feitas ao longo dos 50 anos de carreira do compositor santareno.

Neto e filho de compositores, o músico herdou o dom e o gosto natural pela arte. Desde muito cedo, ele respirou as notas musicais em sua vida. Aos três, quatro anos já brincava no piano da família. A convivência diária com o pai e os tios – todos músicos – , inevitavelmente, despertou a paixão do menino.

"Tudo começou com meu avô paterno, José Agostinho da Fonseca (1886-1945). Ele estudou no Instituto de Educandos Artífices (atual Instituto Lauro Sodré), em Belém, e também com o Maestro Paulino Chaves. Ao passar umas férias em Santarém, lá ficou, porque se apaixonou por uma jovem (Anna), que se tornou minha avó, para quem ele compôs a sua primeira música, o schottich Idílio do Infinito (1906), considerada a primeira composição escrita na Pérola do Tapajó", explica.

A tradição musical, iniciada pelo avô, proporcionou a Fonseca desenvolver naturalmente o talento herdado. O pai, Wilson Fonseca, foi seu principal mentor. Na casa da família, em Santarém, o maestro Isoca – como era conhecido -, organizava sessões lítero-musicais, onde Vicente ganhava os subsídios para sua formação. Com o maestro, aprendeu tudo sobre a técnica da Euterpe, além de ter contato com os clássicos da música erudita. Não é à toa que Vicente Fonseca nutra grande admiração pelo mestre e iniciador.

Trajetória
"Sempre procurei divulgar a obra musical de meu pai (1.600 peças, do popular ao erudito), assim como ele fez com meu avô. Essa é uma autêntica missão de vida para mim. Minhas próprias produções ficaram, por muito tempo, guardadas na gaveta. Ele era meu mestre na arte e na vida. Quando morreu em 2002, compus a Lira Iluminada (Valsa Santarena nº 51) em sua homenagem", destaca.

Na juventude, o compositor participou de festivais de música, integrou conjuntos e bandas musicais, dirigiu corais. Cada minuto era aproveitado para realizar o sonho de infância: ser maestro. Para isso, o pianista se utilizava dos ensinamentos domésticos do pai, somados a muita leitura, audições e a vivência do cotidiano. No entanto, as linhas tecidas pelo destino o conduziram para outro caminho, a magistratura, profissão desempenhada até hoje, no auge de seus 60 anos.

Quando ainda era universitário de Direito, ele fez um rápido curso de harmonia com o maestro Francisco Mignone, em Belém. Durante os anos de 1962 e 1963, participou de um intensivo no Conservatório Musical José Maurício, dirigido pelas professoras Rachel e Gioconda Peluso. Mas até hoje, Vicente estuda e escuta muita música, especialmente no gênero erudito.

"Sou quase autodidata na arte musical. Pertenço à terceira geração de músicos família Fonseca. Sou essencialmente músico, está no sangue e na alma. Meus tios, irmãos, primos, sobrinhos e filhos tocam, compõem, fazem parte de alguma orquestra ou tocam em algum grupo musical. O maestro João Carlos Martins comparou a nossa família a de J.S. Bach, da Alemanha, pela tradição cultural transmitida aos descendentes", diz.

Indo ao povo
Depois de ingressar na magistratura. em 1973, a atividade musical ficou mais reduzida, jamais abandonada. Com o tempo, encantou-se pela magistratura trabalhista e conseguiu conciliar os dois amores ao magistério. Tanto que incorporou inteiramente um ao outro. Para ele suas escolhas se completam. Fato facilmente constatado pelas incursões musicais na área profissional. Vicente foi um dos fundadores e dirigentes do Coral da Justiça do Trabalho, além de escrever os hinos da Justiça do Trabalho, da Justiça Eleitoral, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará entre outros.

"O ingresso na magistratura é opção profissional da maturidade, com pouco tempo de formado em Direito. Não vejo a menor dificuldade de conciliação, o segredo é gostar do que se faz e particularmente gosto de tudo o que faço", afirma.

A música, contudo, tem papel especial na vida do magistrado. Muito anterior à profissão, ela trouxe o bem-estar e qualidade de vida, além da possibilidade de conhecer pessoas, repartir o prazer de fazer e executar sua arte. "É um modo de viver, de ser, se sentir e de agir, em harmonia. Em Santarém, por exemplo, toquei, já na condição de juiz, em companhia de pedreiro, alfaiate e outros operários humildes. Mas, naquele grupo musical não estava o magistrado, mas o executante de sax-horn e barítono. Sinto saudade daquele tempo", revela.

Autor de extensa obra musical, o catálogo do trabalho do artista abrange os mais variados gêneros. Apesar da tendência erudita, Fonseca mescla o popular e a diversidade sonora da Amazônia em suas produções. Ele registra peças para canto, coral, piano, violão, câmara, banda, orquestra etc. Compôs canções, valsas, chorinhos, sambas, marchas, bossa-nova, hinos. sonatinas, peças sacras, trios, quartetos e quintetos de cordas e de sopros. "A boa música não se prende a estilos. Certa vez me perguntaram a qual corrente musical eu me prendi, respondi sem hesitar: Considero-me essencialmente um compositor brasileiro e amazônico", conta.

Cores do arco-íris
Suas composições já foram apresentadas por artistas eruditos do Brasil e do exterior em diversos concertos e eventos ao longo dos anos. Como intérprete ele destaca cinco momentos marcantes da trajetória. Mas de todos, recorda com carinho da primeira audição de parte da Sinfonia do Tapajós (4º movimento - Oração: Ave Maria), de sua autoria. A data era 17 de novembro de 2006 – data de aniversário do pai –, na Casa da Cultura, em Santarém.

No concerto, apresentado pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, foram executadas as composições das três gerações da família Fonseca. Inclusive o arranjo orquestral teve elaboração dele, especialmente para aquela ocasião, para a música "Canção de Minha Saudade" (1949), composta por Wilson Fonseca, com letra do tio Wilmar Fonseca (1915-1984). "Costuma-se dizer que para alguém provar ser mocorongo, nem precisa exibir a carteira de identidade ou a certidão de nascimento; basta saber cantar esta bela canção. Simplesmente, inesquecível!", ressalta.

Como fonte inspiração, o pianista e compositor se alimenta do amor pela família e da saudade da terra natal, Santarém. Ele compõe sob diversas circunstâncias. Segundo o artista, não há hora certa para compor. O tema de uma canção surge como "toque de mágica". Ainda de acordo com ele, a música já encontra no texto poético, basta existir a sensibilidade de tornar isso explícito. "O ato de compor me parece tão espontâneo, intuitivo e vital que nem me dou conta do que acontece. De repente, a música ou a letra está criada. Surge de uma fagulha de inspiração", opina.

Compor também simboliza uma forma de homenagear as pessoas e queridas e as homenagens a ele concedidas. Recente, Vicente Fonseca compôs Ritual Sinfônico para os formandos da turma de 2008 de Bacharelo em Música, da Universidade do Estado do Pará, como retribuição ao convite para ser patrono dos alunos. "Sempre retribuo em forma de música, é melhor maneira de agradecer", aponta.

Outra homenagem, no campo mais íntimo, já entrou na coleção de Fonseca, a música "Samba do Arco-Íris", dedicada aos dois anos do neto. "Ele, além de revelar vocação musical, já conhece as principais cores, números e letras. Enfim, como digo na letra deste sambinha: 'No teclado preto e branco/Vou levando por aí/Meu sambinha colorido/Dó, ré, mi, fá sol, lá si.//Com as cores do arco-íris/Vou pintar esta cantiga/Pelas ruas da cidade/No retorno à moda antiga'", compôs o avô coruja.

Pixel? O que é Pixel?

O cliente vai até a loja e pergunta ao vendedor o preço da máquina digital exposta na vitrine. Ele prontamente responde e começa a tecer uma série de comentários sobre as "infinitas" qualidades do produto. É nessa hora que começam os problemas.

Os termos e expressões técnicos embaralham a cabeça do consumidor, que muitas vezes realiza a compra sem saber a real utilidade das funções do equipamento. A palavra pixel exemplifica bem a questão.Ela vem gravada em todas as máquinas digitais. Não importa a marca, o preço, lá estão os 2.5 megapixels, 7.0 megapixels e assim por diante. Os consumidores, em geral, sabem que o termo está relacionado à qualidade da imagem e ao preço. Pois, quanto maior o número, as cifras crescem nas mesmas proporções. Os desavisados nem percebem a relação. Mas afinal, o que é o pixel?

O fotógrafo Pedro Rodrigues, de 29 anos, entende bem do assunto. Há três anos no ramo fotográfico, ele sabe como ninguém a importância dos pixels com os quais ele lida diariamente. "O Pixel é a menor unidade de uma Imagem, e quanto maior for o número de pixels, melhor a resolução da imagem, cada pixel e composto por três pontos: verde, vermelho e azul. Os sensores (CMOS e CCD) existentes nas câmeras digitais têm milhões de pontos chamados de pixel. Eles têm a função de formar uma imagem, captando cores e luzes que incidem sobre eles, transformando em impulsos elétricos e posteriormente em imagem. Ai dependendo da tecnologia usada por cada sensor, tem-se a diferença de cores, ruídos e detalhes, criando formatos e imagens digitais muito conhecidos pelos fotógrafos (JPG,TIFF, DNG, RAW, etc.)", explica.

Esse parâmetro de medição surgiu com a própria utilização dos sensores. O sensor nada mais do que é um mecanismo de cálculo matemático para converter impulsos elétricos em imagens. Em geral, parte-se oito bits (impulso elétrico) para cada uma das cores (vermelho, verde e azul), um alcance de 256 possíveis valores, ou intensidades, para cada tom. Com isso, mais de 16 milhões (16.777.216 ou 256³) diferentes de combinações de tons, saturação e brilho podem ser especificados, mesmo que não sejam facilmente distinguidos. Para se ter uma ideia das dimensões da unidade, a primeira fotografia digital, registrada em 1957, pelo engenheiro estadunidense Russell Kirsch, tinha 176 pixels. A foto media 5 cm x 5 cm, nas cores preto e branco.

De forma mais simplificada, a real função do pixel depende do tipo de utilização da imagem. Em tese quanto maior o pixel, maiores os detalhes e tamanho da imagem. "Se for para forma imagem internet, imagens com 1 ou 2 MB são suficientes, já para impressões entre 5MB e 8MB já são suficientes para imprimir fotos 10cm x 15 cm , 15 cm x21 cm , 20cm x30 cm etc.", aponta Pedro.

Contudo, o fotógrafo ressalta que a quantidade de pixels não garante necessariamente a qualidade da imagem. "O maior exemplo disso é multiplicarmos os pixels da vertical com os da horizontal. Quando temos o tamanho da imagem 2000 pixels X 3000 pixels, temos uma imagem de seis milhões de pixels, ou 6M., muito usadas nas vendas das câmeras digitais. Mas isso não significa ter uma boa qualidade e sim um bom tamanho para imprimir. Para uma boa definição é preciso que a imagem tenha 300DPIs (dots per inch, ou, pontos por polegada). Isso permite que se faça uma cópia de alta qualidade em papel fotográfico, o tamanho desta cópia (10 cm x 15 cm, 15 cm x18 cm) vai depender de quantos pixels a imagem possui na vertical e quantos na horizontal", destaca

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uma bela homenagem

Nós, da esquerda da comunicação, sempre criticamos as Organizações Roberto Marinho e suas seguidoras, vide caso das Organizações Rômulo Maiorana. Mas, convenhamos, quando querem e podem, a equipe de jornalismo do grupo local sabe fazer prestar bons serviços à comunidade.

Hoje assisti com prazer à 1ª edição do jornal Liberal. Fui agraciada com a delicadeza da homenagem ao escritor Max Martins. Max, morreu na tarde de ontem, de falência múltila dos órgãos, num hospital particular, onde estava internado.

A última matéria do jornal falava sobre a vida e obra do poeta paraense, de 82 anos. No final do programa, a equipe do informativo colocou na tela o poema Ver-o-Peso, que reproduzo abaixo. Na sequencia, o som dos créditos do programa foi calado, somente o silêncio acompanhou a súbida de cada palavra.

A canoa traz o homem
a canoa traz o peixe
a canoa tem um nome
no mercado deixa o peixe
no mercado encontra a fome
.
a balança pesa o peixe
a balança pesa o homem
a balança pesa a fome
a balança vende o homem
vende o nome
vende o peso
.
peso de ferro
- homem de
barro
.
vende o peixe
vende a fome
vende e come
a fome
vem de longe
nas canoas
ver o peso
.
come o peixe
o peixe come
o homem?
.
pese o peixe
pese o homem
o peixe é preso
o homem está preso
presa da fome
.
ver o peixe
ver o homem
vera morte
vero peso.
.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Uma paixão pelos palcos

Desde menina, a atriz e escritora Maíra Monteiro, 37 anos, já dava indícios do que faria pelo resto da vida. As bonecas da infância serviam de plateia para as histórias encenadas por ela. A pequena interpretava todos os personagens das novelas e filmes da televisão e do cinema. Eram os primeiros passos da paraense para uma carreira de lutas, desafios, conquistas e realizações.

"Eu era bem eclética. Fazia a bruxa, a fada, vilã, mocinha, tudo. Pegava as bonecas e fazia uma espécie de teatro arena. E ali eu ficava falando, dançando, gesticulando. As pessoas pensavam que estava ficando louca. O engraçado é que tudo sempre foi muito instintivo. Ninguém me induzia a montar um 'espetáculo' e interpretar. Costumo dizer que isso nasceu comigo, algo que vem de vidas passadas, só pode!", conta Maíra.

O contato com os palcos começou cedo. Aos cinco anos de idade, ela atuou pela primeira vez na igreja frequentada pela família. "A peça se chamava 'Estrelinha de Natal', um monólogo composto por um texto enorme, que decorei todinho. Ai pronto, as pessoas ficaram encantadas com minha performance e começaram a dizer que eu seria artista", relembra a atriz.

A previsão se concretizou e ao longo de 16 anos de carreira Maíra acumula mais de 40 comerciais publicitários, 15 espetáculos teatrais, uma participação na novela As Filhas da Mãe, da Rede Globo, dois longa-metragens e três curtas. E há cinco anos, já atua profissionalmente. Desde 2006, ela faz parte da Companhia do Sarau, um grupo de teatro empresa, onde os atores encenam os textos da literatura brasileira nos mais diferentes espaços. Para este ano, estará novamente em cartaz com a montagem "Encantamentos", num misto de cinema, teatro, música e literatura. Baseada na obra de Waldemar Henrique, a peça volta a cena em maio, tratando a temática da preservação do meio ambiente, através das lendas amazônicas.

As penas do ofício
Apesar do amor pela profissão escolhida, Maíra Monteiro destaca as dificuldades de se fazer arte em Belém. E confessa o incômodo com o tratamento destinado à atividade. "Não temos um leque de possibilidades em Belém. Não se ganha dinheiro com teatro no Brasil, principalmente no Pará, onde o artista não tem incentivo, e quando tem não consegue executar seu projeto artístico por falta de patrocínio do empresariado, que aqui é retrogrado e tem receio de apoiar as manifestações da arte. Eu sempre digo que estamos a anos luz atrasados na questão da arte. Ser artista em Belém é matar um leão por dia", opina.

Mesmo diante das amarras, Maíra persiste no caminho dos palcos. Tanto que sempre investiu em cursos e oficinas para enriquecer e aprimorar seu trabalho. "Fiz curso de canto, expressão corporal e outros aqui e fora da cidade. No Rio de Janeiro participei de um curso de nove meses com Amir Hadad. Em São Paulo fiquei quatro meses sob os ensinamentos do Cacá Carvalho. Aprendi muuuito com essas experiências", acrescenta.

Ao passear pelas diversas áreas de atuação, Monteiro se sente uma atriz privilegiada. Cinema, televisão, teatro, em todas Maíra trabalhou. Mas nada comparado ao prazer dos palcos, seu o lugar predileto. "Poderia falar o dia inteiro do meu fascínio pelo teatro, a magia que ele proporciona. No teatro você recebe o calor do público de forma imediata, olho no olho e sabe se ele gosta ou não do que você faz. Não aquela coisa fria e sem troca imediata da câmera", compara.

Intensa, a atriz se entregue completamente à profissão. Na arte da interpretação mergulhar de cabeça no universo dos personagens é lei. Para isso, ela se utiliza do Método Stanislavsky (criação de personagem com passado, presente e futuro). "Acho a forma mais plena de interpretação, porque você precisa saber a hora de recebê-lo e acreditar na existência dele. Costumo observar muito, o bom ator para minha tem que observar para pegar um olhar, o sotaque da fala, o andar. Na observação você constrói o personagem. Por isso que gosta do drama, por exigir uma doação maior e o personagem ganha mais veracidade com isso", explica Maíra Monteiro.

Experiências
Em 2007, durante as gravações em Castanhal, no Pará do longa "Andar às Vozes", de Eliane Caffé, a atriz viveu um dos grandes momentos da carreira. Para dar vida à pescadora Divina, Maíra precisou fazer 20 sessões de bronzeamento artificial, até ai sem problema. Afinal, os sacrifícios fazem parte do roteiro. Das cerca de seis cenas, somente em uma Monteiro aparece vestida. Amante do personagem de Chico Dias, Divina estará na telona em tórridas cenas de sexo.

"Nossa foi muito difícil fazer, contei muito com ajuda de Chico para conseguir. Para ele foi difícil, para o ator fazer cenas assim sempre são desconfortáveis, porque você precisa mostrar que é algo real sem de fato ser. Quando a diretora disse que o tapa-sexo estava aparecendo e teríamos que tirar foi um sufoco. Mas conseguimos, até hoje nos falamos, viramos grandes amigos. Foi uma grande experiência esse desafio para mim", diz Maíra.

Literatura
Apaixonada por livros, Maíra Monteiro adora ler e escrever. Com dois livros inéditos e a espera de publicação, ela já planeja começar a escrever em 2009 seu novo título sobre A saga dos portugueses em busca do Eldorado. O ritmo de pesquisas já avançou bastante e Monteiro ainda luta pela publicação de O desconhecido e A possuída, que lhe valeram meses de pesquisa e muita dedicação para chegar ao resultado final.
"A possuída narra a história de uma mulher acusada de bruxaria, injustamente. Comecei a pesquisa em 2001 e só em 2003 acabei o livro. Fui atrás de livros raríssimos sobre o Manual da Inquisição e outros, só possíveis em sebo, mas com muito suor consegui. Quero muito poder publicar meus livros, não vou desistir", afirma.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Um refúgio na história de Belém

Quando a arquiteta e artista plástica, Dina Oliveira, folheava o jornal à procura de um local para montar seu atelier, o endereço ao lado do Palacete Pinho, na Cidade Velha lhe chamou atenção. Curiosa, ela resolveu visitar o número 560 da rua Dr. Assis, entre Tamandaré e Alenquer. Apesar da decadência estampada, Dina não teve dúvidas: aquele lugar seria mais do que um simples espaço de trabalho, mas também sua eterna morada.

O olhar sensível captou a necessidade de preservar a memória do patrimônio cultural depreciado. Além de perceber as belezas escondidas por trás dos escombros. “Eu me apaixonei quando vi, e me imperava uma vontade enorme de fazer alguma coisa para impedir que esse pedaço da história desaparecesse. Foi um ato político de contribuição ao significado do prédio para Belém e seus moradores”, afirma Dina.

Sem portas, janelas, piso. No mais completo abandono, a casa passou por um verdadeiro ressurgimento. Dina Oliveira restaurou cada detalhe da obra. Um trabalho delicado que levou quase cinco anos para ficar pronto. “Preservei tudo o que encontrei. Restarei a partir de resíduos da própria arquitetura local, foi uma espécie de colagem. Eu saí catando materiais como azulejos, portas de casa que eram derrubadas, até mesmo por uma questão econômica. Não comprei muita coisa para finalizá-la, praticamente tudo veio de restos de materiais encontrados, trocados ao longo do caminho”, explica.

Com cerca de 10 compartimentos, a residência faz o visitante viajar no tempo. Grandes janelas – típicas das construções da época -, azulejos portugueses, rodapés e salas amplas se combinam à decoração de objetos singelos como um balcão e uma vitrine da loja Paris N’América transformados em mesa e estante. O refúgio de Dina respira a personalidade da dona. Quase todos os móveis vêm de algum lugar onde foram relegados ao abandono por falta de utilidade.

“Achei esse mesinha na Praça da República, estava lá jogada. Peguei limpei, remendei. Não gosto de desperdício, adoro reciclar coisas e transforma-las em objetos úteis e bonitos. E nem posso falar numa decoração aqui. A casa é tão significativa que não precisa de muita coisa. Ela aparece por si só”, afirma.

Os janelões até o teto convidam o visitante ao passado, mas sem deixá-lo esquecer do presente. Na elegante biblioteca, a parede em tijolo piano sempre há um elemento moderno para lembrar o século XXI. Pode ser uma caneta, um telefone, qualquer coisa. Assim como a existência de uma garagem ou as janelas gradeadas, que remetem à insegurança e aprisionamento dos tempos modernos.

“Gosto muito de morar aqui, o silêncio maravilhoso para me concentrar no meu trabalho, o canto dos pássaros de manhã cedo, o contato com o universo ribeirinho logo aqui. Na rua de trás posso ver o rio, os vendedores de frutas, as embarcações, é muito prazeroso. Por outro lado a gente se sente isolado do resto da cidade, parece que estou em outro mundo”, ressalta Dina.

Mas nada tira o prazer da artista plástica ao acordar pela manhã e se deparar com a vida presente no jardim interior de sua casa. Depois do atelier, os locais com perspectivas para o jardim são os preferidos. “Há quase 15 anos moro aqui e ver todos os dias o verde e as flores do meu jardim antes de pintar é uma sensação ótima, um fonte de inspiração para minha arte abstrata”, destaca.