Dizem que a sexta-feira é ligada à festa, cerveja gelada, diversão. É dia de dizer adeus trabalho. Mas, hoje, a sexta-feira mudou de forma, de cor, de cara, de humor. E a despedida não é da labuta nossa de cada dia, e sim do ourives das letras, um trabalhador incansável da arte de nos fazer sonhar, mergulhar em universos que só a mente privilegiada de José Saramago poderia conceber. Nesta sexta-feira, 18 de junho, a literatura ficou órfã, de novo, de mais um de seus inúmeros pais. Saramago sofria de problemas respiratórios e aos 87 anos, ele parte de sua casa nas Ilhas Canárias para narrar histórias em outro lugar.
O escritor Prêmio Nobel da Literatura planejava escrever um livro sobre a indústria armamentista. Provavelmente, uma nova contenda viria por aí, entre as muitas que ele acumulou ao longo de suas quase nove décadas de existência. A última polêmica que se envolveu foi ao lançar, em 2009, o romance “Caim”, pelo qual a Igreja Católica o devastou de críticas, graças a sua visão ortodoxa do Antigo Testamento, e também por seu pregresso ateísmo declarado.
Saramago morre. Mas sua forma de contar histórias permanece viva na memória de seus leitores, nas páginas dos livros, em cada linha traçada, em cada narrativa contada. Seus livros vão continuar existindo, sua literatura continuará imitada, criticada, reproduzida, debatida, até mesmo premiada. E a Internet também continuará facilitando o acesso aos seus textos, em especial os escritos em seu blog http://caderno.josesaramago.org/
Adeus, Sa.
E pode deixar que todos os seu fãs perpetuaram pelas gerações a sua obra.
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