Fotos: Yorranna Oliveira
Larissa Wright tem a idade de Jesus Cristo, como prefere dizer. Mas seu trabalho não está atrelado a nenhuma religião. Talvez apenas à seita dos adoradores da boa música. De gente que gosta de jazz, soul, blues, pop, rock e bossa nova; gêneros pelos quais Larissa passeia com a desenvoltura de quem começou a cantar ainda criança ao lado do pai.
Só que na noite do último sábado, 07 de maio, não era com o pai Ian que Larissa estava. E sim na companhia dos músicos Patrick Florêncio (contrabaixo acústico), Edgar Matos (teclado), Edivaldo Cavalcante (bateria) e convidados na apresentação do show de estreia da cantora no Centro Cultural Sesc Boulevard em Belém. Ela é a segunda artista a qual vejo no Sesc, um local mais do que bem-vindo à cena cultural da cidade. Com programações de quarta a domingo, nas áreas de cinema, música, teatro, artes plásticas e fotografia, o Centro Cultural já entrou no roteiro de bom entretenimento da minha agenda. E vale sempre lembrar: todos os eventos do lugar são inteiramente gratuitos.
“Hoje eu vou fazer uma homenagem às minhas cantoras preferidas e algumas músicas minhas”, anuncia a cantora, arranhando um português que entrega o sotaque de estrangeira. As artistas prediletas de Larissa são as grandes divas da música universal: Billie Holiday, Nina Simone, Ella Fitzgerald e Etta James. A cada canção, ela conta um pouquinho da vida da homenageada, como se quisesse mostrar que sabe bem mais do que cantar. “Um escritor famoso disse que quando ela cantava, era como se arrancasse o coração pela garganta”, recorda antes de iniciar ‘Summertime’, de Billie Holiday. A segunda música da noite.
Durante uma hora de show, Larissa ainda cantou ‘Man vs Nature’, de autoria dela. “É um pouco inspirada na Billie, porque é um pouco triste. É uma música sobre meio ambiente, na verdade, sobre o que o homem está fazendo com o planeta”, explica. A cantora também fez uma versão de Ella Fitzgerald para ‘Desafinado’, de Tom Jobim. “Provavelmente minha inspiração maior quando comecei a cantar jazz. Ela trabalhou muito com ele, é uma música que vocês vão conhecer”, arrisca.
Na sequência, Larissa apresentou ‘Batida Diferente’ e ‘Gringa Bossa Nova’, outra composta por ela. A composição narra a história de uma ‘gringa’ tentando viver no Brasil. “Eu não sei sambar, tento andar nos saltos que as brasileiras gostam, e que não sei andar. A comida tá me deixando gorda”, reclama a australiana. Mas a reclamação é em tom de brincadeira, enquanto lembra os pormenores da vida que tem levado no país há quase três anos. Desse período, passou um ano e meio no Ceará. Depois veio para Belém, onde tenta se adaptar. “Sou professora de Inglês. Viver de música é difícil por aqui”, ela diz.
Nos próximos sábados de maio têm mais. Sempre às 19h, com entrada franca e ‘um outro clima’. Larissa Wright garante.
Sobre a artista:
Larissa Wright cresceu no Sul da Austrália na cidade de Adelaide. Começou a cantar com o pai, que tocava violão. O talento de Larissa se destacou quando ela ainda era criança,a partir dos 10 anos ela já tocava clarinete. Na mesma cidade, Larissa teve a oportunidade de aperfeiçoar sua voz através de aulas de canto, assim como aprimorar seus conhecimentos como instrumentista, aprendendo a tocar flauta e clarinete baixo.
Desde 2000, a cantora já percorreu vários lugares do mundo cantando muito pop, rock, reggae, bossa nova, blues e jazz. Em 2008, ela foi uma das atrações do Jeri Sport Music Festival, evento realizado na cidade de Jericoacoara, no Ceará.
O Sesc Boulevard fica localizado no Boulevard Castilho França, n°522/523, em frente à Estação das Docas.
SET LIST DO SHOW
1 - Fever
2- Summertime
3- Man vs Nature
4- Desafinado
5- Batida Diferente
6- Gringa Bossa Nova
7- Something
8- Baby, I Love you
9 – I just wanna make love to you
10 – Work Song
11- Frindly Fire
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