Yorranna Oliveira

Achei a imagem aí de cima pesquisando no Google. E ela define perfeitamente um pouco do que eu sou e da proposta do blog: tem de tudo um pouco, e um pouco de quase tudo o que gosto. Aqui você vai encontrar sempre um papo sobre música, cinema, comunicação, literatura, jornalismo, meio ambiente, tecnologia e qualquer outra coisa capaz de me despertar algo e a vontade de compartilhar com vocês. Entrem e divirtam-se!

terça-feira, 10 de março de 2009

Uma mocoronga apaixonada por Belém

"Minha madrasta, madrinha. Segunda mãe, segundo cais. Onde aportei vida,
minha guarida fiz, busquei a paz. Feliz de quem tem teu colo. De quem, em teu solo,
planta e colhe o bem. Sem mais mocorongas milongas, te amo, Belém."


O trecho da música acima, Minha Madrasta, é uma declaração de amor a Belém do Pará, feita pela compositora e cantora popular paraense Maria Lídia Aires, de 48 anos. Nascida em Santarém, Maria Lídia chegou à cidade em 1977 e logo foi acolhida nos braços de nossas mangueiras. Iniciava aí uma relação profissional e pessoal com a "morena cheirosa". "Vim estudar. Cursei o 2º e 3º colegiais no Moderno e Nazaré, respectivamente. Depois cursei medicina veterinária na FCAP (hoje UFRA). Então, me envolvi profissionalmente com a música e adeus estudo!", conta.

Com 27 anos de carreira, a maior parte deles vividos aqui, ela aprendeu, sozinha, a tocar violão popular, além de estudar piano na sua terra natal. Em 1984, Maria lançou-se como compositora, ao lado da banda Novo Tempo gravou o compacto simples "Carnaval 84" – o primeiro de muitos projetos.

De lá pra cá, Maria Lídia já produziu, divulgou, dirigiu, gravou e participou de CDs e espetáculos musicais. Fora as apresentações nos principais teatros, bares e casas de shows de Belém. Tudo na cidade vira música. Sons, cheiros, gostos, sabores, lugares e pessoas especiais a inspiram em cada nuance e detalhe. "Em Belém, a música flui por todos os lados, sob diferentes gêneros. Tem música para todos os gostos (inclusive para o mau-gosto). Alguns lugares são muito especiais como, a Casa do Gilson e o Bar Bodega, onde se ouve música rica em melodia e letra", afirma.

As memórias da cidade estão quase todas atreladas ao universo dos bairros de Nazaré e São Brás, onde passou os melhores momentos de sua vida. Nesses lugares, ela viu nascer e morrer mangueiras. Namorou, cantou, tocou, compôs. Enfim, Lídia viveu. "Acho que uns 60% das minhas ações e dos meus sentimentos se passaram nesta parte de Belém", acredita.

Para a cantora, Belém acolhe, proporciona sabedoria, dá amigos e traz muita felicidade. Ela atenta ainda para a generosidade do povo. Sente o cheiro das mangas, prova os sabores da terra. E vislumbra as cores das pessoas, prédios e praças. Um verdadeiro lar, onde elege seus pontos preferidos. "Gosto dos casarões antigos da Cidade Velha, do Ver-o-Peso, de algumas praças arborizadas, do Museu Emílio Göeldi, dos teatros, bares e, principalmente, do complexo do Teatro da Paz (o teatro, o Bar do Parque e a Praça da República). Acho belíssimo e muito charmoso aquele pedaço", diz.

Mas, a cidade também conserva aspectos abominados por qualquer belenense. "Não me agrado com pessoas mal educadas que despejam lixo pela cidade. Gente pegando ônibus no meio da rua, ciclistas desatentos, motociclistas irresponsáveis, pedintes sadios (ou drogados) nos sinais, violência e descaso das autoridades", declara.

Na opinião da compositora, o roteiro ideal para conhecer Belém começaria numa bela tarde de sábado, lá pelas 16h. "Passear no Ver-o-Peso e comprar bugigangas mil, caminhar para o Complexo Feliz Lusitânia, visitar o Museu do Círio, assistir ao por do sol no Píer das Onze Janelas ou no Ver-o-Rio. Depois ir ao Bar do Parque tomar uma cerveja gelada. No início da noite assistir a um bom espetáculo no Teatro da Paz ou no Margarida Schivasappa. Mais tarde, ir à Casa do Gilson escutar chorinho e samba. Meia-noite, passar na Esther Lanches para comer um sanduíche de frango com banana. Uma hora da manhã, ir bater papo com artistas, jornalistas e boêmios no Bar Bodega. Três da madrugada (para quem ainda tiver pique) ir ao bar Pai D’Égua tomar a saideira", explica.

Box:
O que há de mais representativo na cidade em relação as mulheres?
A simpatia, a cor e o sotaque.
Quem é a mulher com a cara de Belém para você? A atriz Natal Silva
Um bar? Bodega Espelunca Delivery.
Um restaurante? Peixaria Amazonas.
Uma manifestação cultural?O gênero musical Lundu (Lundum).
Uma praça? Praça da República.
Um bairro? Nazaré.
Um ponto turístico? Teatro da Paz.
Qual o lugar é a cara de Belém? Ver-o-Peso. Pela arquitetura e história.
Um teatro? Para música popular, Teatro Margarida Schivasappa.
Quem é a cara de Belém?O vendedor de brinquedos de miriti.
Qual a melhor música sobre Belém? "Bom-dia, Belém" (Edyr Proença e Adalcinda Camarão)

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