Yorranna Oliveira

Achei a imagem aí de cima pesquisando no Google. E ela define perfeitamente um pouco do que eu sou e da proposta do blog: tem de tudo um pouco, e um pouco de quase tudo o que gosto. Aqui você vai encontrar sempre um papo sobre música, cinema, comunicação, literatura, jornalismo, meio ambiente, tecnologia e qualquer outra coisa capaz de me despertar algo e a vontade de compartilhar com vocês. Entrem e divirtam-se!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Retorno às raízes


Fotos: Renato Reis

As mangueiras de Belém voltam a escutar, neste sábado (17), os altos decibéis da banda Madame Saatan. A trupe - composta por Sammliz Lages (voz), Ícaro Suzuki (baixo), Edinho Guerreiro (guitarra) e Ivan Vanzar (bateria) - se apresenta na capital em show único e inédito “A volta de Madame Saatan”, no palco do African Bar. No evento, eles mostram a potência do som, que lhe valeu o Prêmio Dynamite, de Melhor Álbum de Heavy Metal, a mais importante premiação da música independente no Brasil.

Promovido pela Roquenrou Entretenimentos, o show faz parte do Circuito Roquenrou, responsável por sacudir a cena musical da cidade até fevereiro de 2009. E contará ainda com a presença das bandas “Johny Rock Star”, “Baby Loyds” e “Clube da Vanguarda Celestial”, além da participação especial de Jayme Catarro, do Delinquentes.

Mais do que um encontro com o público local, “ A volta de Madame” simboliza a celebração da banda ao lado dos amigos e fãs pelas conquistas de 2008. Ao mesmo tempo que marca a fase de transição, somada ao amadurecimento no trabalho dos músicos. “É uma grande festa, feita para comemorar todas as coisas boas que aconteceram nesse ano que passou”, diz Edinho.

Vivendo em São Paulo desde fevereiro de 2008, eles trazem os frutos dos dez meses de intensas atividades. Madame percorreu o país com participações em festivais independestes. Foi eleita banda revelação pela audiência da MTV Brasil, desbancando nomes como Mallu Magalhães e Katty Pery. O videoclipe da música “Vela”, gravado durante as comemorações do Círio de Nazaré em 2007, sob a direção da cineasta Priscilla Brasil, estreou na primeira posição do TOP 10 do MTV Overdrive, tirando o posto de Britney Spears. O clipe, agora, integra a programação da emissora musical. “Devorados”, clipe anterior gravado na Vila da Barca, também foi destaque no MTV Overdrive e no canal pago Multishow.

A satisfação com o reconhecimento nacional, vem acompanhada da imensa saudade da terra. Segundo o baixista Ícaro, tocar para as pessoas de Belém tem uma magia própria, só encontrada aqui. “Nossa! A gente sente muita falta daqui e principalmente do calor do público, que se contagia com o som logo nos primeiros acordes. Sentimos falta de tudo, das pessoas, da comida, estamos comendo o quanto podemos para não esquecer o gosto, o sabor de Belém. Se a gente pudesse, estaria aqui sempre, a cada três meses, mas infelizmente não dá. Ainda temos muita estrada pela frente”, destaca Ícaro.


O começo
No final de 2002, o diretor de teatro Paulo Santana convidava Sammliz e Ícaro para tocarem a trilha sonora do espetáculo “Ubu, uma odisséia em Bundalêlê”, adaptação do texto “Ubu roi” da obra de Alfred Jarry. Germinava ali, as primeiras sementes do Madame e o começo de uma verdadeira escola musical. “Sammliz, Zé Mário (ex-integrante) e eu conhecemos o Edinho numa espécie de festival de música na Assembléia Paraense, já o Ivan, encontramos tocando em barzinhos pela noite e o chamamos para banda”, conta Ícaro.

“O espetáculo do Paulo foi uma experiência incrível, porque as cenas se desenrolavam e íamos tocando ao vivo no decorrer da peça. E para chegar a esse acompanhamento, nós ensaiávamos direto, por quase oito horas diárias, durante três meses. Isso serviu para gente aprender a trabalhar o nosso som, a relação pessoal de grupo. Fora o fato de tocar ao vivo num espetáculo, até hoje nunca fizemos nada parecido. Ainda pensamos em repetir a dose com o Paulo, quem?!”, destaca Edinho.

No mês de maio de 2003, o espetáculo estreava e Madame ia junto. Em 2004, a banda lançou a demo “O tal do caos”, reunindo cinco composições, entre elas, algumas feitas para a montagem de Paulo Santana. O primeiro disco da banda, lançado em 2007, traduz nas dez faixas a trajetória do Madame Saatan. Desde “Apocalipse”, parte da trilha sonora do espetáculo teatral, até “Ele queima, ela sorri”, canção composta dias antes da banda entrar em estúdio. “Tivemos um mês de pré-produção, passando as músicas exaustivamente com os toques de Alcir Meireles que assina a direção musical do disco e quando foi em outubro de 2006, entramos em estúdio e gravamos tudo em uma semana”, explica Ícaro.


Sonoridade
Sob referências sonoras dos deuses do rock como Led Zeppelin, Black Sabbath, Metallica e da diversidade da música brasileira, Madame Saatan construiu sua identidade musical. Somadas a essas influências, a banda aproveitou a riqueza dos ritmos da região onde nasceu e mesclou ao repertório. O resultado da mistura Ícaro resume: “É diversidade e liberdade de experimentar. A partir daí as composições vai surgindo naturalmente”.

Essa música diversificada e libertária produzida pela banda será vista no show deste sábado. O repertório terá canções já conhecidas dos fãs, que misturam-se às novas, reflexo dos dez meses fora de casa, na luta pela consolidação do rock paraense no mercado nacional.

SERVIÇO
Circuito Roquenrou apresenta: A volta de MADAME SAATAN
Sábado, 17 de janeiro, 21h - AFRICAN BAR
Mais: Johny Rockstar, Baby Loyds e Clube de Vanguarda Celestial
Participação: Jayme Katarro (Delinquentes)
Ingressos Antecipados: Centrais Iguatemi, Castanheira, Brás, Lojas Ponto I e Central Motos
Realização: Doutromundo Discos
Produção: Roquenrou Entretenimento
Promoção: Bis Promoções e Eventos
Apoio: BelRock.com.br, JovemPan, ESP guitars, Ná Figueredo,Paulo Tattoo, Fábrika Studio e Abelhuda

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