Yorranna Oliveira

Achei a imagem aí de cima pesquisando no Google. E ela define perfeitamente um pouco do que eu sou e da proposta do blog: tem de tudo um pouco, e um pouco de quase tudo o que gosto. Aqui você vai encontrar sempre um papo sobre música, cinema, comunicação, literatura, jornalismo, meio ambiente, tecnologia e qualquer outra coisa capaz de me despertar algo e a vontade de compartilhar com vocês. Entrem e divirtam-se!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Em Belém, violência chega pelos rios


Foto: Divulgação

A cantora paraense Gláfira Lobo foi vítima de um assalto, no mínimo, inusitado, na noite do último domingo, 21 de novembro, enquanto conversava com amigos no Mormaço, uma bar localizado no bairro da Cidade Velha, em Belém do Pará. O Mormaço fica na beira do rio, nas águas banhadas pela Baía do Guajará. Gláfira estava no parapeito do bar, quando numa ação que ela descreve como “cinematográfica” teve a bolsa arrancada por um homem que saiu de dentro d’água. O homem cortou a alça da bolsa, num só golpe, e mergulhou novamente no rio, levando o objeto.

Gláfira foi levar o irmão, a namorada dele e o cunhado para conhecerem a cidade. O grupo resolveu, no final da tarde, ver o pôr-do-sol, ouvir música e tomar cerveja. “Quem nunca fez isso? Hábito do belenense, tomar cerveja em bares na beira do rio. Amigos isso é verdade. Pasmem! O cara fez isso em dois segundos. Na hora eu não tava acreditando no que tinha acontecido. Chamamos os seguranças, que nada podiam fazer, e assim não fizeram mesmo, e relatamos os fatos. O chefe da segurança me disse para eu esperar alguns minutos que o ladrão iria devolver a bolsa, pois o cara só leva o que interessa a ele, e joga de volta a bolsa com os pertences e documentos”, escreveu Gláfira num email que já circula pela internet.

Segundo a cantora, trinta minutos depois a bolsa apareceu no meio do salão do Bar, que também funciona como casa de shows. “Um funcionário apareceu com minha bolsa, dizendo que ela tinha sido jogada de volta. E nela estavam minha chave, documentos e pertences sem valor, como maquiagem, espelho, etc. Ele levou meu celular, uma lanterna de led (própria para ser usada em teatro, com foco centralizado) e uns trocados”, contou.

Ao que tudo indica Gláfira Lobo não foi a primeira vítima dos “ratos d’ água”, como são conhecidos popularmente. Em conversa por telefone, a cantora declarou ter sido a terceira pessoa atacada só naquela noite, conforme ficou sabendo por uma das funcionárias da portaria do local. “Os seguranças me disseram que há um ano e meio eles tentam pegar esse cara”, afirmou.

A ocorrência foi registrada na delegacia do Jurunas. E Gláfira já tirou o bar do seu roteiro de diversão. “Há quatro anos eu não ia no Mormaço, há última vez que eu fui, eu sofri um seqüestro relâmpago bem na frente. Eu estava com pessoas de fora do Estado. E o Mormaço é um local que você é revistado quando entra, tu tens que abrir a tua a bolsa, as seguranças te tocam, é um constrangimento. E você ainda tem que passar por isso? É inadmissível”, opinou.

De acordo com Andréia Miranda, diretora de programação do Bar, a segurança vem sendo reforçada para inibir os ataques. “Já colocamos arame farpado ao redor do bar, pedimos para os seguranças alertarem as pessoas para não ficarem próximas às laterais quando a maré estiver alta. Mas a gente avisa e quando os seguranças se afastam tem gente que não acredita que vai acontecer e volta a se aproximar”, relatou Andréia.

Na próxima semana a direção do Mormaço pensa em colocar em prática uma nova estratégia. ”Já pensamos até em colocar um segurança num casquinho, num barco, do lado de fora, no rio, para tentar pegá-lo. Vamos fazer isso. Porque ninguém conseguiu ainda ver quem é, sabemos que as bolsas são cortadas devido às marcas que ficam quando elas são devolvidas. Alguns já disseram que é com um anzol. Nossa preocupação é que alguém se fira, tenha a pele cortada, mas graças a Deus isso não aconteceu. Porque não é ninguém de dentro que rouba e sim de fora, que vem nadando pelo rio e corta a bolsa das pessoas”, disse.

A reportagem tentou entrar em contato com a Capitania dos Portos para falar da segurança nos rios, mas não teve sucesso.

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