Yorranna Oliveira

Achei a imagem aí de cima pesquisando no Google. E ela define perfeitamente um pouco do que eu sou e da proposta do blog: tem de tudo um pouco, e um pouco de quase tudo o que gosto. Aqui você vai encontrar sempre um papo sobre música, cinema, comunicação, literatura, jornalismo, meio ambiente, tecnologia e qualquer outra coisa capaz de me despertar algo e a vontade de compartilhar com vocês. Entrem e divirtam-se!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Música Solidária


Foto: Érika Nunes

Os braços que se movimentam para tocar os ritmos da Amazônia, também servem para celebrar e ajudar a quem precisa. Nesta segunda-feira (29), o Trio Manari realiza o show “Braços que abraçam”, em comemoração aos sete anos do grupo. No evento, os músicos vão arrecadar alimentos, brinquedos e agasalhos (trocados pelo ingresso), destinados às vítimas das enchentes de Santa Catarina, além de instituições beneficentes dos bairros da Terra Firme e Guamá, em Belém. A festa começa às 20h, no Teatro Experimental Waldemar Henrique.

“Há três anos já fazemos shows com esse viés. A vontade de fazer o bem ao próximo se junta com o que nós sabemos fazer, que é a música e dessa forma cantamos, tocamos e ajudamos aos outros”, diz um dos integrantes do trio, Kleber.

Kleber Benigno, Márcio Jardim e Nazaco Gomes, o Trio Manari sempre foram apaixonados pelo mundo musical. No final da década de 90 integravam o grupo Percussão Brasil, do Conservatório Carlos Gomes, e numa viagem ao Canadá tiveram a famosa “luz reveladora”. “Fomos até lá e começamos a tocar samba, maracatu, e os gringos adoraram. Mas, quando começamos com carimbó e outros ritmos amazônicos eles foram à loucura. Voltamos com essa idéia na cabeça: montar um grupo que mostrasse para o mundo a musicalidade da nossa Amazônia”, explica Kleber.

Com a missão de apresentar a sonoridade produzida na Amazônia para o Brasil e todos os cantos do planeta , nascia a trupe, que leva as iniciais dos nomes de seus componentes: o Ma de Márcio, o Na de Nazaco e Ri de Paturi (apelido de Kleber). Cada música retrata a identidade produzida pelo grupo. Ao tocarem os instrumentos de percussão, os músicos inserem elementos próprios nas composições. O curimbó (espécie de tambor) ganha a companhia de latas e todo e qualquer elemento que a criatividade transforme em som. O resultado é uma sonoridade capaz de conduzir o ouvinte a verdadeiras viagens musicais e fazê-lo se sentir em plena floresta.

No show desta segunda-feira, o Trio preparou uma apresentação especial para o público. Segundo o produtor do grupo, no meio do espetáculo a música amazônica se unirá a africana, através dos instrumentos dispostos no palco. “Na música Cabu, vamos homenagear um negro africano que nos presenteou com a percussão de sua terra,como o 'cabaco' e o tambor d'água fizemos uma música pra ele, que tem seus nome. Outra música que remeterá a essa fusão é 'Boto do Marajó', onde nossos instrumentos, vindos de Cachoeira do Arari se juntam a outros da África. Uma marca de nossa influências musicais e culturais”, ressalta Fabrício Lobo.

Andanças
Nesse sete anos de musicalidade correndo na veia, os paraenses, genuínos e de coração ( Márcio nasceu no Maranhão, mas aos três dias de vida fincou raízes na Cidade das Mangueiras), percorreram terras próximas e distantes, sempre no intuito de promover a música feita na região. Portugal, Canadá, Estados Unidos, México, França, África do Sul e Austrália prestigiaram o som característico do Trio, por meio das viagens sem qualquer patrocínio realizadas pelos artistas. “Viajamos com muito esforço e força de vontade. Tudo em nome da música. Esse ano fomos duas vezes à França. O Manari não toca carimbó ou uma coisa e outra, ele se inspira nos vários ritmos da Amazônia para chegar a algo seu. Nas nossas viagens passamos isso. ”, afirma Fabrício Lobo.

No decorrer de sua trajetória musical, o grupo lançou em 2003 o CD “Braços da Amazônia”, com nove composições inéditas e a participação de Fafá de Belém. Em 2007, o Trio Manari gravou seu primeiro DVD, no palco do Teatro da Paz, onde os músicos se encontraram com o percussionista pernambucano Naná Vasconcelos. Intitulado “Encontro de Tambores”, o DVD ainda não tem data de lançamento.
Responsabilidade
Em agosto de 2009, a trupe embarca para Porto Rico, onde irá participar do Festival Internacional de Percussão. Lá além das apresentações, os músicos ministrarão oficinas aos diversos participantes do festival. Gente do mundo todo aprendendo o jeito amazônico de fazer música.

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