Eu sou apaixonada pela minha profissão. Tudo bem, muitos podem dizer que sou louca! Escolher jornalismo é burrice. Afinal, ganha-se pouco e trabalha-se muuuuito. Mas, sinceramente, quando saio para fazer uma pauta e me deparo com personagens capazes de mudar algo dentro de mim, lembro da frase do Kotscho “Jornalismo é a arte de informar para se transformar”. Não passo um dia na redação sem novas descobertas e aprendizados. Hoje entrevistei o Diretor de Extensão da Fundação Curro Velho(FCV). O assunto era os 18 anos de atividades culturais da insituição no Estado do Pará.
Inteligente, sensível, ele descrevia a história do lugar, o processo de construção dessa usina criativa, onde a educação e cidadania se fazem com arte. O entrevistado falava de arte com tanto amor e paixão mesmo, sabe?! Me fez gostar ainda mais do tema e do próprio Curro Velho. Senti uma pontinha de inveja dele. Até confessei: “Deve ser maravilhoso trabalhar aqui”. Ele concordou.
Você entra na fundação e já se depara com os trabalhos desenvolvidos pelos alunos das oficinas de iniciação artística do local. Tem exemplar para todos os gostos. As paredes tomadas por gravuras feitas nas oficinas de grafitagem. Nesta quarta-feira (17) havia uma exposição com elementos das linguagens estéticas utilizadas lá. Materiais de papel reciclado, fotografias do cotidiano dos povos da Amazônia, trabalhos em tecelagem, a lista é quase interminável....Eu parecia transportada ao universo mágico da arte.
O Curro faz a gente lembrar como Belém produz cultura, em todos os sentidos. Belém respira cultura. Depois de percorrer quase todos os lugares da FCV, na porta, quando eu já ia embora (feliz por ir almoçar, apesar do horário:16h), vi um senhor vendendo artesanato e instrumentos de percussão. Não resisti e parei para conversar com ele. Perguntei o preço das pulseiras e colares - confeccionados a partir das sementes de açaí-, seu nome e o que era aquele instrumento desconhecido para mim. Ele respondeu caxixi. A conversa foi se desenrolando e quando percebi, o Mestre Bezerra (como descobri depois) tinha virado personagem de minha matéria.
Sua trajetória de vida, quando saiu do Maranhão, nos 70 e chegou à Belém com a família e iniciou uma trajetória de lutas e conquistas. Nos poucos minutos de conversa com aquele senhor de setenta e poucos anos, vi como o jornalismo despertava em mim a vontade de ouvir o que os outros anseiam tanto contar.
O jormalismo é uma experiência única, não!?
2 comentários:
Oi, vi que temos um livro em comum, "Verdes Vales do Fim do Mundo" do Bivar, sabia que existe uma continuação dele? É "Longe Daqui Aqui Mesmo", no mesmo estilo. Bjs e se puder visite meu blog.
obrigada pela dica e por visitar me blog...seja sempre bem-vindo!
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