O relatório anual “Conflitos no Campo Brasil 2008”, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado esta semana em Indaiatuba (SP), aponta que o Estado continua na liderança de crimes em seu território. Segundo dados da CPT, ocorreram 245 conflitos, 13 assassinatos, 35 ameaças de morte, 740 famílias expulsas e 2.051 despejos no ano passado.
Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão integram a lista de estados campeões em conflitos agrários. De acordo com o relatório, a Amazônia concentra 72 % dos assassinatos.
Populações tradicionais, como indígenas, quilombolas, posseiros, ribeirinhos e camponeses são as principais vítimas. "São ocupantes históricos que não detêm a titulariedade jurídica das terras", avalia Carlos Walter, professor da Universidade Federal Fluminense que elabora análises para o relatório da Comissão desde 2003.
Neste mês, o Pará ficou em evidência pelo conflito entre os acampados do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) da fazenda Espírito Santo e "seguranças" da Agropecuária Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas. Nove pessoas ficaram feridas a bala - oito sem-terra e um funcionário da empresa - em Xinguara, a 792 km de Belém. A ação gerou polêmica após denúncia não-comprovada de que integrantes do movimento teriam mantido quatro jornalistas como "reféns" durante o enfrentamento. O MST nega a acusação.
"A impunidade favorece o avanço da criminalização dos movimentos sociais e da violência no campo", afirma o padre Dirceu Luiz Fumagalli, membro da coordenação nacional da CPT.
Fonte: Repórter Brasil
http://www.reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=1566
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