(Matéria publicada na revista Troppo, de O Liberal em 22/02/09)
Em 1998, um novo conceito tecnológico invadiu o mercado: a alta de definição dos aparelhos de TV, ou simplesmente, HDTV. As vantagens da tecnologia, como imagem e som de qualidade superior a das televisões analógicas, empolgaram os consumidores mais exigentes.
Além das características visuais e sonoras, a tecnologia HDTV agregava outras maravilhas da realidade digital. Através do sinal emitido pelas emissoras televisivas, seria possível receber informações junto com a programação, como saber as últimas notícias, o resumo do jogo de futebol, as novidades das novelas, fora o acesso à internet, rádio e outros serviços.
Interatividade e qualidade ao alcance das mãos era a frase da vez. No entanto, os equívocos vieram logo em seguida. Quando o consumidor comprava sua TV nova, as 'promessas' sobre o aparelho não se concretizaram. A imagem não era tão boa e as demais facilidades caíram por terra. Essa tecnologia surgiu nos Estados Unidos e se espalhou para outros países. Como o país (e os demais, por tabela) estava mudando para HDTV, imaginava-se que bastaria trocar a velha televisão por uma nova para dispor das vantagens do novo sistema. Mas as coisas não funcionam dessa maneira.
A HDTV é um padrão de sinal de emissão do conteúdo das emissoras televisivas e representa apenas uma parte da transição para a TV digital. Existem três tipos padrões disponíveis no mercado: o americano, o europeu e o japonês. Todos apresentam vantagens e desvantagens. Cada país e emissora escolhe o formato que pretende adotar. O Brasil optou pelo japonês, onde é possível acessar o conteúdo por meio de celulares com o mesmo padrão de acesso dos aparelhos de TV. Para se aproveitar as vantagens da HDTV, a emissora deve enviar o sinal de alta definição. O consumidor, por outro lado, precisa ter os equipamentos certos para recebê-los.
Os primeiros testes para transmissão de sinal em alta definição no Brasil ocorreram em janeiro de 2007, em São Paulo. A transmissão oficial foi realizada, em dezembro daquele mesmo ano. O produtor de vídeos publicitários, Ronaldo Salame, há 22 anos na área televisiva, tem acompanhado o desenvolvimento dessa ferramenta da era digital. Ele explica com detalhes os encontros e desencontros do tema. "As emissoras de televisão terão que manter o sinal digital por, pelo menos mais oito anos, por determinação do governo. Portanto ainda tem bastante tempo para decidir qual aparelho comprar e quando comprar. Mas caso você queira assistir a programação em HDTV e ainda quiser comprar a televisão HDTV, poderá comprar um conversor de sinal e assistir na sua televisão antiga mesmo".
Segundo Ronaldo, apesar da desvantagem financeira do produto – uma HDTV ainda custa caro, no mínimo R$ 2.000 -, o mercado de TV's em alta definição tem crescido ao longo dos últimos anos. "Quando chegaram ao Brasil, as TV's de alta definição custavam até R$ 40.000,00 e a qualidade delas era bastante inferior ao que temos disponível hoje. Os aparelhos disponíveis no mercado, hoje, variam de dez a setenta e uma polegadas. As mais vendidas são as de quarenta e duas polegadas, que já podem ser encontradas até por R$ 2.300,00", afirma.
O futuro ainda reserva promessas para o empresariado paraense. Este ano, a TV Liberal pretende lançar sua transmissão em sinal digital, fato que representará aumento das vendas no setor. "Alguns acreditam que existirá uma espécie de 'casamento' entre a HDTV e a internet, dando à HDTV os recursos que temos hoje nos computadores", diz Salame.
Para Ronaldo, se o consumidor tem dúvidas em trocar ou não o antigo aparelho analógico, ele acredita valer a pena adotar o novo padrão. "Valerá trocar, assim que começarem as transmissões em HDTV. Como o padrão de geração de sinal é inferior ao que o aparelho HDTV exibe, para muitos a imagem transmitida hoje, fica pior quando exibida em um aparelho HDTV. Por enquanto, só vale a pena se você tiver um vídeo-game de última geração que use o padrão HDTV para exibir os jogos ou um tocador de filmes blu-ray, uma tecnologia que está substituindo os aparelhos de DVD", explica.
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