Yorranna Oliveira

Achei a imagem aí de cima pesquisando no Google. E ela define perfeitamente um pouco do que eu sou e da proposta do blog: tem de tudo um pouco, e um pouco de quase tudo o que gosto. Aqui você vai encontrar sempre um papo sobre música, cinema, comunicação, literatura, jornalismo, meio ambiente, tecnologia e qualquer outra coisa capaz de me despertar algo e a vontade de compartilhar com vocês. Entrem e divirtam-se!

domingo, 24 de outubro de 2010

O começo

Coluna Diário de Bordo – 18 de outubro de 2010

Nossa itinerância pela Reserva Extrativista Verde Para Sempre começaria na noite daquele mesmo dia. Eu e o cinegrafista Árniton viemos de balsa o trajeto inteiro, mas há os que vem por outros caminhos. Essa outra jornada dura cerca de 10 horas, começou de avião na capital paraense com destino à Altamira. Lá, enfrentaram em torno de 47 km de carro até Vitória do Xingu, onde pegaram uma lancha que os trouxe ao município. Haja fôlego com tantas mudanças de condução.

Ainda em Belém, combinamos o encontro no Hotel Mirante do Porto, onde eu e Árniton ficamos hospedamos. Outra parte da equipe sai para comer com a promessa de voltarem meia hora depois para visitar nosso primeiro entrevistado, um representante do Comitê de Desenvolvimento Sustentável (CDS) do local, já que o coordenador - geral, Jomabá, só estaria na região na quarta-feira. E volta com o tempo estourando para o primeiro entrevistado. Nos dividimos entre um táxi e dois moto táxis. Ao todo sete pessoas de um lado para o outro em Porto de Moz. Ganhamos um agregado: Árniton arrumou um auxiliar de cinegrafista ainda pela manhã, o Aderildo, que ficou conhecido entre nós como diretor, alcunha criada por Árniton.

Paramos no Comitê com a luz da tarde começando a desaparecer. Nada bom para quem precisa da luz para filmar. O cinegrafista faz imagens externas do CDS. A entrevistada tinha saído. E foi um liga e liga de lá para contornar o contratempo. Otaviano surge para nos guiar pela cidade. Perguntamos se ele conhece alguma pessoa que tenha feito um dos cursos de biojoias e embalagens realizados pela Embrapa. Ele diz que sim e nos leva à dona Cleonilce. Simpática senhora que mora em uma casa de madeira e vende artesanato, chopp e gelo como informa a placa, pendurada do lado de fora da residência.

No final da entrevista, ganho um par de brincos em formato de golfinho feito de casa de coco, e uma prendedor de cabelo criado a partir do chifre de boi ou búfalo (não lembro qual dos animais, mas deve ser de búfalo já que esse é um animal muito comum na área). Agradeço a gentileza e me despeço com meus presentes. As equipes se dividem para agilizar e acertar os detalhes da viagem logo mais à noite.

No trapiche da cidade, o barco Miritituba esperava os navegantes. O jantar já estava pronto. Frango guisado com verduras e milho, arroz, suco de goiaba. Tudo deliciosamente preparado por dona Maria do Céu, cozinheira de mão cheia que nos acompanharia até o fim da itinerância. O tempero da fome aliado ao capricho da comida me fez comer até o último grão de arroz. Parabéns pra dona Maria do Céu, nome dedicado à mulher dele, morta durante o parto após sofrer uma hemorragia. Do Céu seria celestial nas próximas horas e dias da expedição pela Resex, e como seria.

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